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O 𝗥𝗶𝗼 𝗱𝗲 𝗝𝗮𝗻𝗲𝗶𝗿𝗼 não vive uma crise. Vive ciclos de crise. E isso diz muito.
Quando o presidente da Alerj é preso numa operação que investiga vazamento de informação sigilosa. E, dias depois, a própria Alerj vota e manda soltar. Não é só um caso jurídico. É um retrato. De um estado que opera na borda da confiança pública — e essa borda está cada vez mais fina.
Eu olho para isso com a cabeça de quem vive de gestão de crise e reputação, não de torcida política. Crise não é só o fato. É o que o fato desencadeia. Quando a narrativa pública vira isso aí — prende, solta, vaza, decide — a percepção instalada é de que não existe método. Não existe prevenção. Só reação. E reação constante, sem estratégia, destrói qualquer instituição.
Em comunicação de crise jurídica, especialmente no setor público, tem uma regra que não falha: ou você controla a narrativa com clareza, verdade e alinhamento, ou a narrativa te engole. No Rio, o que aparece é o contrário: decisões que soam como proteção de pessoas, não como defesa de instituições; movimentos desalinhados; discurso que não conversa com a prática. A soma disso? Risco permanente. Desconfiança crônica. Autoridade sem peso.
E aqui vem o ponto que interessa a qualquer líder, de qualquer setor: se um estado inteiro perde reputação por repetir decisões incoerentes, imagine uma marca. Reputação não quebra de um dia para o outro. Ela vai cedendo nas fissuras. Hoje é “só um caso”. Amanhã é “o sistema todo é assim”. No fim, a pergunta que fica é direta: na sua organização, você está fortalecendo as instituições… ou apenas protegendo as pessoas certas, no momento certo?




